segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Capítulo Final!

 
 
Disseram-me que este dia iria chegar... Li-o em livros, na internet, em blogs, em tumblrs, em frases inspiradoras coladas em paisagens de perder a respiração, nas letras de quase todas as músicas que ouvi enquanto não consegui falar da dor. Está escrito em todo o lado que este dia chegaria.
 
Quando alguém nos quebra o coração, quando ele ainda sangra por um amor que já não é, quando ainda andamos a juntar as peças como se de um puzzle se tratasse, é difícil acreditar. Lê-se em todo o lado mas não se acredita. Várias foram as vezes que se quis acreditar à força, que disse que sim, que já tinha passado, que já tinha esquecido, que já não queria saber. Não queria... mas sabia. Ainda havia mágoa, ainda havia tristeza, uma nostalgia que pintava de ouro aqueles dias passados nos calor dos teus abraços, que embelezava as promessas que nunca vingarão... ainda havia peças do coração perdidas, estilhaçadas em algum canto e feridas que ainda não haviam sarado.
Mas continua-se a viver, não se pode parar... coração partido não mata!
 
E, um dia, sem aviso prévio, chega aquele momento, aquele sobre o qual está escrito em todo o lado.
 
Estranha-se e entranha-se, entranha-se e depois estranha-se... não sei bem qual é a ordem. Nem sei bem quando e como é que realmente aconteceu, se foi vagarosamente no passar dos dias ou de repente com qualquer coisa que me distraiu.
Há dias deparei-me com uma foto tua, perdida... e perdi-me durante momentos a fitá-la. Já não te amo! Não é apenas o amor, é tudo... já não sinto nada. Olhei a foto sem a tristeza, sem a saudade, sem a mágoa, sem o ressentimento e acima de tudo isso... mais que tudo isso, sem aquela esperança pequena que me havia assombrado todo este tempo - que ainda te lembrasses de mim, me sentisses a falta, que um dia voltarias... que ainda me amasses. Foi na ausência dessa pequena esperança que esteve sempre presente, que me apercebi que já te tirei completamente de dentro de mim. Já não me lembro de me lembrar de ti. As recordações - haverão sempre recordações- não tem profundidade e tornaram-se tão banais quanto o jantar de ontem.
 
Já não te amo! Já não te sinto (em) nada!